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Onze irmãos

São onze irmãos de verdade, nem doze, nem dez, nem saudade. Onze prá um só Brasil, muito ainda falta prá mil. Onze irmãos de cabeça, com pensamentos voados. Onze que estão sempre errados, mesmo se o certo se fez. São onze pessoas pensando, um pensamento distante, Como se longe fosse perto, como se perto fosse longe. Onze que fazem na mente os planos prá frente... prá frente... Planos que não realizam, porque não saem da mente. Onze irmãos que não enriquecem com suas grandes idéias, Que não conhecem a mentira prá enricar de verdade. Onze que não se divertem, onze que não se encontram, que se aprenderam a amar bem distantes, como não fosse importante se abraçar vez em quando. Onze que muito criticam o que há de si lá no outro. Onze que sentem na vida uma distância tão perto, Como se esquecer fosse certo, e não se falar fosse bom. Onze irmãos que se vivem, como se sessem sozinhos, Que escrevem seus livros e não contam, Que não se publicam na vida, Prá não senti-la sofrida, Nem desisti-la de novo. Onze que se fossem um seriam o mais completo ser, pela força, inteligência, coragem, vida e saber. Que se juntassem as forças e se quisessem pertinho, Não teria esse no mundo que os enfrentassem a valer. Onze da mesma origem, com destinos tão distantes, Que não se cruzam tão fácil, Que não se buscam o bastante. Quem sabe um dia esses onze, pela alegria encontrada, resolvam buscar um ao outro, resolvam trilhar mesma estrada. Talvez assim todos vejam o que os de fora já vêem, Que essa família já seja mais forte do que se acredita E que na força da escrita não deve nada a ninguém.