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Nós

Você me deu um nome Que sempre quis seu! Minha cachorra fox-paulistinha, Você chamou de boy Até o dia em que ela se perdeu Para me consolar, Leu Monteiro Lobato, com voz rouca, Me apresentou Jorge Amado, Me deu Lord - um irlandês peludo Me deitou num remanso, Disse que Proust era um chato E convenceu o dog : era ele a minha babá Você me educou debaixo de sol, Estimulou alpinismo, Mostrou sua paixão pela esgrima Suas espadas encostadas na máscara de luta, Espreitando no fundo do armário, Foram meu horror bem cedo Eu sempre quis cama, lua, O frio das manhãs sob as cobertas. Quando nos elogiávamos, desconfio, Ambas disfarçávamos. Você pisava a praia toda, todas as tardes E no mar jamais entrava. Eu adorava uma onda salgada e nua de areia Escorpioa, signo de água, eu fluía Você terra taurina, represava. Opostas complementares, duas insanas, Adorávamos nos provocar Cabelos branquíssimos, Cigarros amarelando seus dedos, Pés descalços, você morava no meio do mato. Eu, no asfalto, rodeada de portas e sapatos, Encastelava-me no décimo sétimo andar Mas, naquela madrugadinha gelada em Sampa, Você tossiu fundo. Seu olhar de menina renasceu no meu colo, Há muito tempo sem caber mais no seu. Quando nos entendemos, Você morreu Ps: Inês, assim fomos: minha mãe e eu. Rosa dos ventos, ideal areal real;))

Seres

Mãe, areia mãe
Ideal areal real
Engenheira de castelos arenosos
Que te limitará?
Pai, neblina envolvente
incolor, invisível, transparente
Canção vaporosa no peito calado
que insiste em amar
Irmãos, ventos sonoros
dos quatro quadrantes
Rosa dos ventos girante
Maresia preguiçosa
Doces companhias
assanham meus cabelos
e a areia do mar
Filhos incandescentes
Tochas acessas chutando bolas
Pés de fogo ligeiro
Labaredas no ar
Fogo que inflama tanta paixão
no peito da mãe
Homem de aquário
Límpido, puro líquido
Escorrega quieto pelas encostas
molhadas dos corações
Mulher, gravidez gravitacional
Força que dá à luz
e suga toda claridade
Buraco negro.
Mal-entendido universal.

Transformando idéias em ações

Talvez o excesso de autocrítica seja o sentimento mais cruel para os seres humanos. Pessoas muito inteligentes tendem a ter dificuldades em realizar o que imaginam, desejam e pensam porque sentem-se inibidas pelas críticas em potencial. E acontece que as pessoas têm boas idéias, mas resolvem crivá-las de testes e senões antes de pô-las em prática, quando resolvem agir suas idéias já foram pensadas por outras pessoas, e seu assunto não é mais original. A crítica nos leva também a um medo de fracassar, e fracassamos justamente por isso. O fracasso de não tentar fazer é esmagador, deixa a autoestima do cidadão muito baixa. É importante realizar. Acrei interessante a busca desenfreada dos últimos anos que o Luiz teve por criar um coral de mil vozes. Ainda não conseguiu, mas ninguém pode negar seu empreendimento, seus resultados. Achei legal quando o Rodolfo publicou seu primeiro livro. E o segundo lhe rendeu Beatriz, e uma foto com Ariano Suassuna. Impressionante a capacidade do Hilber em fazer coisas, construir, dedicar-se a algo e realizar. Lembro quando forrou a cozinha de sua casa, aos poucos, passo a passo, com persistência e dedicação. Apenas um exemplo do quanto é capaz de fazer. Gostava de ver os álbus de fotos e as longas redações que a Inês fazia. Muito legal, muito bonito. Do Héber vi a insistência em saltar de pára-quedas. Lembro do primeiro salto em queda livre do meu irmão, foi muito legal chegar no aero-clube na hora em que ele se balançava em um para-quedas de competição como se fosse uma cadeira do papai. O Júnior tem uma vida com poucas ambições, mas dedica-se a transformar vidas. E consegue. Com sua palavra firme e sincera, com seus valores arraigados e constantes. O Tom tem sido um gigante em sua luta, levou muita porta na cara, mas continua resistindo e crescendo. O Rui talvez pudesse fazer mais, mas é um sobrevivente, com certeza. Alberto realiza e pouco usufrui. O Márcio, por pura insistência está terminando o curso de psicologia sem muito gostar. Cada um de nós tem suas realizações, mas talvez ainda pensemos que fazemos pouco, porque para nós seria importante colher bons frutos de nosso esforço. Essa é uma discussão antiga entre nós. Mas penso que é importante deinir objetivos. Esquecer o medo do fracasso. Estabelecer um caminho, passo após passo, com cuidado, para podermos chegar a algum lugar. Penso que precisamos perder o medo do que vão pensar e sairmos de mansinho em um caminho novo e desejável, correndo riscos. Sei que não sou exemplo para ninguém, mas tinha muita dificuldade com minha natureza expectadora, nunca sabia fazer nada, porque tudo era feito melhor pelos outros. Então resolvi tirar algum proveito de morar no fim do mundo, aí eu comprei um fusca. Com o fusca eu comecei a desejar fazer algumas viagens, mas tinha medo, viajar de carro era algo complicado na minha cabeça. Então comecei a dirigr pela estrada do aeroporto e me imaginava em uma rodovia. Depois me arrisquei a ir até Guajará-Mirim, de comboio com um colega do Tribunal. O carro dele ficou na estrada, o meu chegou direitinho. Já conseguia viajar 360 Km. Então me arrisquei com o fusca a partir para Cacoal, 400 Km, de noite. E descobri que viajar de noite é muito arriscado. Então troquei de carro e continuei treinando. Na hora de fazer uma viagem longa planejei seis meses. Com o mapa da Quatro Rodas vi que o Brasil é muito maior que eu, mas na hora do medo eu entendi que bastava eu imaginar uma viagem curta por dia. Fazendo entre 800 e 900 Km por dia rodei até Belém, enfrentei Ibiapaba e cheguei a Itapipoca. Fui e voltei de Mossoró. Encarei o trânsito de Fortaleza sozinho para procurar camarão. Rodei o litoral até a Bahia. Passei por Brasília e voltei para casa. 15.000 Km em uma única viagem. Eu precisava fazer algo assim para vencer o medo de realizar coisas. Precisamos agir assim para realizar coisas. Admiro a coragem do Rodolfo em ter ido morar na Bahia, lugar que nunca imaginávamos, e sempre me alegro com seu sucesso. É por aí que as coisas acontecem. No fim a gente descobre que o sucesso não existe, ele precisa ser confeccionado, precisa ser forjado, moldado a cada dia, com muita força. Temperado com altas doses de pressão, azeite e calor. Só assim ele acontece. Mas depois que acontece ele passa, e precisa ser refeito, com mais luta, mais azeite e mais pressão. Meus caros irmãos e familiares. Não tenham medo de realizar, nem deixem que os pensamentos e as barreiras auto-impostas sejam mais fortes que sua ambição. Transformem idéias em ações, passo a passo, a cada dia, porque o tempo passa para todo mundo, para quem fez, para quem não fez. Para quem constrói e para quem se acomoda. E quando o tempo se vai, não dá para resgatar mais. Um abraço.

Pra incentivar os que porventura sintam-se intimidados pela destreza dos que sabem escrever, escrevo eu notícia: Havia proposto nos encontrarmos em janeiro. Continua de pé, mas a Mamãe está com planos de passear cá por Rondônia no fim do ano, a título de vir à minha formatura. Então, permanecem os planos, a menos que a formatura saia só em janeiro e ela realmente venha.

Gentes estranhas

Lá em casa de vez em quando apareciam gentes estranhas. Uma vez foi uma família de alagoanos, nós implicávamos com o menino, da nossa idade, que não dizia "oito" e sim "oithio". Nem me lembro quando a Vânia, minha prima, foi lá na primeira vez. Nunca sabia de onde vinham nem para onde iam, de repente estava alguém dormindo em algum lugar lá em casa.

Como bom menino, não tinha muito direito de saber das coisas e logo me conformava com isso.

Um dia apareceu um homem, ele tinha muitos pelos na orelha e era um pouco mais alto que eu. Bem, eu tinha onze anos e ser mais alto que eu não seria nenhuma vantagem para um homem. Pouco mais de um metro e meio, veio dirigindo uma C-10, montado em almofadas, vinha quase em pé. Era o tio Gonzaga, irmão da mamãe.

Ficou lá em casa apenas o tempo de eu saber que tinha tios. Já em 82, perto de irmos para Fortaleza, Gonzaga apareceu de manhã. Mamãe me chamou e ao Normando: - acordem, vamos viajar. E lá fomos nós para Marabá.

O carro era um Fiat 147. As estradas de terra tinham morros inacreditáveis e um tráfego de caminhões assustador. Mas tio Gonzaga não se abalava. No banco de trás eu e Tom nos revezávamos chamando o Raul.

Paramos de noite em São Félix do Xingu, foi meu primeiro churrasco gaúcho, em uma churrascaria de madeira, bem caindo aos pedaços. Que delícia! Nunca vou esquecer o sabor e a maciez daquela carne.

Pela manhã outra cena especial, abrimos a porta da casa onde dormimos (será que era um hotel?) e não víamos nada à nossa frente, tudo se resumia a um branco denso e profundo. Uma neblina muito forte fechava qualquer visão. Atravessamos a rua a pé, e bem no meio dela um Cesna, aquele aviãozinho, estacionado no meio. Não dá prá esquecer um avião no meio da rua.

Seguimos viagem, e enquanto amanhecia víamos a núvem subindo e deixando pedaços de algodão nas copas das árvores. Atravessamos o Xingu, e as histórias de tio Gonzaga nos fascinavam. O homem não tinha raiz, nem casa, nem família. Vivia de lugar em lugar. Seu trabalho era ajudar pessoas: precisava entregar uma carta no Ceará? Gonzaga ia. Precisava fazer um serviço, lá estava ele. Mantinha-se com a metade de uma gleba no garimpo de Serra Pelada, que lhe rendia algum sustento. Vivia de fazer rolo.

Passávamos na frente dos sítios e Gonzaga reconhecia a origem de cada um apenas pelo que plantava e pelo jeito que cuidava: esse é maranhense! - Por que? - Só planta mandioca. - Esse é cearense! - Por que? - É muito preguiçoso. E quando duvidávamos, ele simplesmente parava, entrava, tomava café, perguntava pela família e saía satisfeito: - Não disse que era maranhense? - Mas tio, você conhecia aquela mulher? - Não, nunca vi - era a resposta.

Também nessa viagem comemos uma carne de sol bem especial. Parece que fica mais gostosa quando no meio da estrada. Anos depois soubemos que Tio Gonazaga morreu, foi matado. Morreu na estrada, em um assalto. Mas ainda nos impressiona saber um pouco daquele homem baixinho, da orelha peluda, que saiu de casa ainda jovem e resolveu ganhar o mundo, vivendo sem rumo, sem âncora, mostrando para nós que a felicidade não está no contra-cheque, nem em um escritório cheio de máscaras. Tio Gonzaga para mim é uma representação da liberdade, que matamos em uma estrada porque temos medo de sofrer.

Sem sonhar

Era uma cidade distante, não para os padrões de hoje, mas certamente para os de seu tempo. Cento e trinta quilômetros da capital. Uma distância bem grande para quem morava no sítio. Seu pai a criou sozinho, essa é uma história até hoje não contada. Quem lhe ensinou a pentear os cabelos? Quem lhe cuidou das vaidades, dos ensinos que cada mulher deveria saber? Talvez sua irmã mais velha, talvez suas tias e primas, talvez a observação dos dias, das noites, do movimento do vento nas palmeiras. Era mesmo uma cidade distante, não para os padrões de antigamente, mas para os padrões de hoje. Culturas tão infantis, anseios, desejos, vontades pueris. Talvez casar-se, talvez concluir o segundo grau em uma escola da capital. Moça valente resolveu sair. Estudou na capital, tornou-se técnica em enfermagem. Se exerceu a profissão? Não sei, nunca vi. Era uma moça bonita, talvez pretendida por muitos, criada na serra, família ordeira, menina estudada e feliz. A moça conheceu o soldado e aventurou-se tão nova. Costume diferente, distante aos nossos padrões. Casou-se aos dezessete. Onze filhos criou. Quantos dias de mocidade, de alegrias, de sonhos realizados? Talvez poucos escondidos entre dívidas, impossibilidades, choros e doenças. Venceu. Tornou-se um mito para quem a conheceu. Pela bravura de criar o mais velho distante, nobre e forte general. Pela cultura que distribuiu a todos. Pela convivência pacífica-conflitante com dez rapazes diferentes e a mocinha... O que fazer com a mocinha que entre os dez homens lhe nasceu? Como ensinar-lhe a pentear-se? Como explicar os rapazes, os sonhos, as delicadezas, as coisas de mulher? Não bastassem suas vitórias, poucas foram as medalhas, muitas mesmo as batalhas. Naquela cidade distante no tempo e no espaço é que nasceu a mocinha. Muito linda naquela foto de menina. Naquela cidade pequena, pasmem, nasceu uma mulher especial: forte, endurecida pela vida, inteligente, culta, corajosa, que escondeu a menina. Senhoras e senhores procurem naquela cidade, ou mesmo em seus corações. Encontrar de novo a mocinha que nasceu naquele lugar. Em algum lugar ela está, sonhando, sofrendo, crescendo, aprendendo, esperando alguém para amar.

Onze irmãos

São onze irmãos de verdade, nem doze, nem dez, nem saudade. Onze prá um só Brasil, muito ainda falta prá mil. Onze irmãos de cabeça, com pensamentos voados. Onze que estão sempre errados, mesmo se o certo se fez. São onze pessoas pensando, um pensamento distante, Como se longe fosse perto, como se perto fosse longe. Onze que fazem na mente os planos prá frente... prá frente... Planos que não realizam, porque não saem da mente. Onze irmãos que não enriquecem com suas grandes idéias, Que não conhecem a mentira prá enricar de verdade. Onze que não se divertem, onze que não se encontram, que se aprenderam a amar bem distantes, como não fosse importante se abraçar vez em quando. Onze que muito criticam o que há de si lá no outro. Onze que sentem na vida uma distância tão perto, Como se esquecer fosse certo, e não se falar fosse bom. Onze irmãos que se vivem, como se sessem sozinhos, Que escrevem seus livros e não contam, Que não se publicam na vida, Prá não senti-la sofrida, Nem desisti-la de novo. Onze que se fossem um seriam o mais completo ser, pela força, inteligência, coragem, vida e saber. Que se juntassem as forças e se quisessem pertinho, Não teria esse no mundo que os enfrentassem a valer. Onze da mesma origem, com destinos tão distantes, Que não se cruzam tão fácil, Que não se buscam o bastante. Quem sabe um dia esses onze, pela alegria encontrada, resolvam buscar um ao outro, resolvam trilhar mesma estrada. Talvez assim todos vejam o que os de fora já vêem, Que essa família já seja mais forte do que se acredita E que na força da escrita não deve nada a ninguém.

Quer namorar comigo?

Quer namorar comigo? Quer namorar comigo? Disse à minha preferida, minha princesa querida, Meu amorzinho feliz. Foi seu sorriso que quis ouvir minha indagação. Quer namorar comigo? Não diga nunca que não, Diga que seu pai não deixa, Diga que espere um bocado, Diga que uma dor não lhe deixa, Mas não me negue seu coração. Quer namorar comigo, escondidinha por aí, Ou mesmo na pracinha, prá todo mundo ver? Que seja fácil pra todos nos encontrar de mãos dadas, Caminhando nas calçadas, sem lugar pra se esconder. Quer namorar comigo? Disse à minha garota, E ela, sorrindo marota, não disse que não, nem que sim. Quer namorar comigo? Já sério eu insisti, E olhando bem nos meus olhos ela me disse bem sério, O quê que é isso meu velho, Não se percebe que eu quero, Depois de tanto tempo que já namoro com ti? Quer namorar comigo? Disse-lhe mais uma vez, Quando enfim entendeu, Que não me interessa a pergunta, Que o tempo tanto faz, Que o motivo se deixa, Que só queria o seu sim.

Sem nome

Apesar do tempo que passei me sentindo pequeno, não tive uma ideia de mundo a la "Bob", aquele do velocípede. Realmente não entendia bem as coisas. Não entendi o dia que a Sônia apareceu chorando lá em casa (se é que era Sônia mesmo o nome dela). E espero que ninguém tente explicar isso em público. E a Vera? Sujeita oculta, que circulava nas falas dos mais velhos. Quem estaria namorando com ela? Pelo jeito ninguém! Lembro do dia que o Jr. resolveu gravar uma fita comigo, imitando um cântico onde um garoto fazia uma voz bem de garoto. Mas o resultado foi dos piores. As razões dos fatos não estavam muito claras na minha mente. Por isso gostava do Mr. Magoo, o cara que não vê nada mas se dá bem em tudo. Uma vez, no Natal, saímos para a igreja, alguns de nós, só me lembro da Inês, enorme, que não me deixava segurar sua ão porque eu já era grande. As árvores das ruas estavam com aquelas lâmpadas coloridas, que para mim representavam algo de muito ruim, não fazia sentido na minha cabeça aquelas luzes coloridas, muito menos em cima de uma árvore. Talvez se eu as visse em outro lugar, achasse que seria interessante deixá-las nas árvores de vez em quando. Mas aquele negócio só aparecia no Natal. Fomos andando para a igreja, e não me lembro de mais nada. É legal ter pouca memória porque a gente só se lembra dos flashes. Lembro de um dia na igreja presbiteriana, que ouvia as moças falarem com um "s" sibilante, e achava engraçado aquilo, porque só acontecia na igreja, ninguém que eu conhecia lá fora falava daquele jeito. Mas eu não ria de ninguém, porque tinha medo de tomar cascudo. E por falar em cascudo, lembro do dia que sugeri que o Rodolfo poderia ser chamado de Marcos. Até hoje não sei porque me bateram. E o cara agora assumiu o segundo nome, mas nunca vão saber que a idéia foi minha, rsrsrs. O Rui não poderia ser chamado de Carlo, porque alguém poderia confundir com Carmo, e não ficaria bem. Já o Jr. poderia ser Francisco, Chico, Chico Moura, mas ficou só com o Moura. Sorte dele. Eu fiquei com um nome ruim, Ronaldo. Pensa bem. Primeiro foi o presidente americano, Ronald Reagan. E até hoje tem quem me chame assim. Depois meu filho começou a gostar de futebol em plena Copa de 94, o Brasil foi campeão, mas o bebê só falava da Noruega, o nome era mais bonito. E foi a Noruega que o fez aprender a escrever com apenas 3 anos (um dia conto a história). Não satisfeito, logo começou a pedir que o chamassem de Ronaldo, mas não por causa do pai, por causa do dentuço. Beleza, dei-lhe uma camisa do Palmeiras e o "do contra" tornou-se corintiano. Desisti de levá-lo pelos meus caminhos, mas tive que aguentar o Galvão gritando Tafareeeeeeeeeellll e Ronaaaaaaaaaaaaallllllldo. Quando isso acontece toda semana, você fica torcendo que o cara quebre a perna, e o cara quebrou. Recuperou-se e virou Fenômeno. E por associação eu virei também. Vale dizer que não fiz nenhum esforço para assistir a copa em 2002. Aí aparece outro Ronaldo, mais novo ainda, para estender o prazo da gozação. E o cara é bom de bola. Agora os amigos, colegas de facudade e de trabalho já não sabiam mais como me chamar, mas não importava, de qualquer jeito sempre imitam o Galvão. A gente leva a vida, tudo bem. Fazer o quê? E quando o fenômeno resolve sair com as "traveco"? Ninguém se toca que ele estava com a camisa do Flamengo, só lembram do nome. Eca! Ainda aparecem outros, Ronaldo Ésper (o cara é viado! Se toca mano!), e um monte de Ronaldo bandido que surge por aí e o povo diz: foi você, Ronaldo? De onde você menos espera as coisas surgem. Criei uma conta no Skype e resolvi treinar um pouco de conversação em inglês. Logo no primeiro dia me aparece um cara da Bulgária: - Você é o Ronaldo, mora no Brasil? - Sim, eu moro. - Então você joga futebol. Uh! E isso se repetiu com um grupo de estudantes marroquinos. Deletei meu Skype na hora. Quando você pensa que está se acostumando começa a entrar nos ambientes e ouvir seu nome sendo chamado, dessa vez de uma maneira mais curta, sem gritos, mas muito enjoada, um simples "ronaldo" seguido de muitas risadas. Pois não é que um mané, corintiano prá variar, me dá uma entrevista com recado pro jogador e o pessoal do pânico usa como gozação? Então, meus queridos, façam como eu, coloquem nomes fáceis nos seus filhos, daqueles que em cada grupo que eles estiverem possam se repetir quatro, cinco vezes. Ou ponham nomes compostos, para que eles tenham opções. Porque assim, incluídos na multidão, eles terão melhor chance de ter um nome. Abraço a todos (se não aparecerem os parágrafos é pq. estou com o mesmo problema que o Márcio).

Reunião de família

Bem, não consegui comentar o post do Márcio, por isso vim postar aqui. Minha disposição para viajar e encontrá-los sempre será a mesma. Estou às ordens para ir até de jegue. Quanto às férias tenho um período negro, em que não posso me ausentar de Porto Velho, que é de julho a novembro dos anos eleitorais (2010, 2012, 2014...). Em qualquer outro período poderei ir (se não voltar a lecionar). Já tenho férias marcadas para janeiro de 2010 e janeiro de 2011. Resumindo, tô dentro.

Como dizia um certo bonequinho, eu estive pensando, e acho que pensei... em pensamento! Algumas vezes um e outro falaram em reunião de família. Pensando só na 2ª geração, porque pensar nos netos da Luci é muita gente, e quase todos moram com os respectivos pais (filhos), hoje temos 4 em Fortaleza, 2 próximos, portanto 6 "facilmente" reuníveis. 3 em Porto Velho e os 2 últimos a meio caminho. Então, pergunto se haverá interesse em sincronizar nossas férias pensando em alguns dias de reunião de família PM. Não sei quantos caberão na casa da mamãe, e parece que a Ivana (lembram dela) tem casa para temporada em Fortaleza, o que poderia nos dar bom desconto em hospedagem. De minha parte, será difícil viajar neste ano, mas possível em janeiro. Em pauta... (Márcio) ps: a falta de parágrafos é culpa do blogger.

FELIZ ANIVERSÁRIO, JUNIOCA !!!

Que a graça do Senhor Jesus

E o amor de Deus, o Pai

e a comunhão do Espírito reine em ti,

Ae, Júnior, manda um sinal de fumaça....

(será que ele vai ver?)

Hoje é o Aniversário do Júnior!!!!!

JÚNIOR
Desejamos de todo coração um niver cheio de alegrias, que as bênçãos do Senhor estejam sobre vc e sua Família...
Abraços!!!!

Estudos

Lembro do dia em que eu pai me disse que se eu terminasse o segundo grau, já estaria tudo muito bom. Foi dentro do quartel, o QG de Fortaleza, numa noite que dormi lá. Lembro também do conselho do Héber, de que tomasse conta da minha vida, sem me guiar pela opinião dos outros, pois as consequências seriam para mim, não para eles. Pois é. Hoje estou me preparando prá hibernar. Merguhar nos livros como o Visconde de Sabugosa, na tentativa de terminar meu mestrado com um conteúdo apreciável. Nas próximas tês semanas estarei tentado fugir de tudo e de todos para concluir essa tarefa. Por isso não estranhem se desaparecer daqui. O Carabolho já está parado por causa disso. Espero em breve poder retornar e tocar uma vida diferente. Na verdade já extraí do mestrado tudo aquilo que me interessava. O aprendizado sobre pesquisa. O aumento do nível crítico sobre o que ouço e leio. A capacidade de fazer coisas que realmente não me interessam para cumprir obrigações. Depois disso quero férias. Estamos planejando uma comemoração bem grande, iniciando por Araçatuba, passando por BH, Eunápolis, João Pessoa, Mossoró e Fortaleza, retornando por Brasília e Goiânia, quase uma volta olímpica. Por isso não estranhem se passar pela casa de vocês para lavar roupa, tomar um café bater um papinho. É o que o tempo permite. Peço a todos que parem de esconder seus e filhos e filhas de mim. Desde quando fui enclausurado em PVH já estive algumas vezes no nordeste e fico furioso de não conhecer os meu sangues. Na ida, se o Márcio e o Zé quiserem fazer comitiva, e na volta, se o Alberto quiser seguir o comboio, é só vir. No mais, estamos por aqui, tentando concluir a casa dos sonhos, para recebê-los bem por aqui.

Nóvimo

Estou há mais de dez minutos tentando fazer este post, e não consegui colocar as fotos numa ordem escolhida por mim, então vai assim mesmo. Já devem ter percebido que essa não é minha praia, escrever muito menos. As fotos são, nem sei em que ordem vai sair no final: Eu (Márcio) e Juci Neli, Juci e Lisie (foto de 2007, a Letícia ainda estava gestando), Mateus e Mateus e Stella,uma coleguinha.

cheguei.....

Ah haaaa! enfim parece que estou no século vinte e um, belezaq não? Estou esperando para por as mãos no meu computador e deixar de ser um ciber-analfabetico. Isso me temsido difícil, creio mais na mecanica que na eletrônica, mas com o mundo ruma, como um rio para uma cachoeira, nesse sentido o jeito é... Acho que, como um bom Pontes Moura, o computador seria muito bom se fosse criado por MIM. Seria práitco, portátil, veloz e até capaz de nos antecipar em coisas óbvias, mas o bicho é só uma memória que nos exige mais memória para operá-lo. Fazer o que? Bom aqui é só uma prévia, horas outras estarei pelaqui. Abraços!

Sempre Mãe

Maio está acabando. Mês da família, mês das noivas, mês das mães e aniversário de nossa mãe. A maioria de nós, agora pais e mães, sabemos toda a tensão gerada pela condição de termos bebezinhos que crescem. Todos os sacrifícios, esforços, alegrias e amarguras dessa relação difícil e prazerosa. Então, para homenagear nossa mãe, vai uma poesia antiga, que lembra a ela e a nós o quanto devemos a essa única e preferida mãe. Não sei de onde tiraste tanta força para amar. Quando os dias pareciam difíceis, Quando as noites eram intermináveis, Quando os recursos eram escassos, Ou a saúde estava abalada.

Não sei de onde veio tanta sabedoria para amar.

Quando tiveste de decidir as escolas,

Quando tiveste de selecionar as amizades,

Quando quiseste nos orientar para a vida,

E nos fizeste sutilmente compreender o mundo.

Não sei de onde veio a tua coragem de amar,

Quando enfrentaste os perigos desta vida,

Quando impediste que caíssemos nos enganos,

Quando mudaste o teu rumo para acertar nossos passos,

Quando lutaste contra o mundo para nos defender.

Não sei onde achaste a justiça do amor,

Para superar as injustas acusações

Que muitas vezes lançamos contra ti.

Para distribuir sempre igualmente o pouco que te coube.

Para preferir dar a receber.

Não sei de onde veio tanta vida,

Para não cobrares o cansaço que te demos,

Para não desistires no meio do caminho,

Para não desanimares quando não te entendemos.

Não sei como poderei agradecer-te

Pelo amor que diariamente transbordaste,

Pela atenção com a qual nunca me faltaste,

Pela palavra que nunca me negaste.

Sei que és mãe, e tenho a alegria

De ter-te por perto a todo instante,

Ver-te mãe, e amar-te tanto,

Por seres minha, carinhosa, meiga e amável MÃE.

Camisa 10

Pois é, quando pequeno cansei e ouvi que era um time de futebol completo. Já que eu so o décimo e o mais metido, devo ser o camisa 10! (se bem que colocavam Inês no gol, portanto, camisa 1, embora ela tenha nascido no meio-campo). Mas, não tenho muito o que falar sobre mim. Como prometido, vim falar sobre a formatura da Jemima e a mudança para Fortaleza, de novo! Jemima teve o azar de marcarem o culto em ações de graças para o mesmo dia do aniversário da mamãe. Pronto! Apressem-se e mudem na véspera! Assim, nem aniversário, nem dia das mães, nem ações de graças. Tudo bem. Final de semana passada fui a Mossoró, para a cerimônia de formatura. Um tumulto, mais de 4000 pessoas enchendo ginásio da cidade porque a reitoria resolveu fazer média com uma senadora cujo irmão dera nome ao ginásio em questão, e fez uma colação de grau só para todos os cursos ao mesmo tempo. O mestre de cerimônias até foi prático e não chamou os formandos, mas as turmas. Falou rápido e todo mundo entrou no ritmo e tudo seguiu bem rápido. Os discursos do representante dos professores, da oradora das turmas (foi uma só por todos os cursos) e até a senadora como paraninfa (eu não sabia que paraninfo tinha feminino). Todos falaram bem e pouco. Mas, chegou vez do reitor, que é ex-padre e dono da central de tv a cabo da cidade. O cara demorou mais que todo o resto da cerimônia. Mas, é uma vez só! Imaginem se o reitor da USP resolvesse fazer o mesmo? Todos felizes e logo a Jemima vai publicar as fotos no orkut dela.

Ancestral, por Beatriz e Marcos

Boa noite, Marcos e eu temos um blog - Letras de Dois - onde colocamos nossos poemas: individuais e em parceria, na esperança de que um dia essas letras se inscrevam em algum livro de papel ou digital. Há algum tempo fizemos Ancestral. Resolvi postar aqui porque diz um pouco da nossa cumplicidade inesperada. Ancestral

Tua vida chega antes do meu sentido Vago fundo no leito da tua história, minha sina. Retiro meu olhar do teu E vejo o olhar dele em ti. Num mundo sem letras – a miragem Brilha, o nome de teu pai. Vejo minha senha, Tua carne é minha travessia Entre o-que-é e o-que-não-é. Ele! Eis o teu amigo. Pele, cor e fogo. Meu caboclo do pescoço grosso! Tua coragem é meu sorriso. Abro e fecho tuas cortinas. Minha pálpebra é teu abrigo. Tateio meu amanhã na tua fronteira – memória e esquecimento. Voltamos nossas costas para o futuro. Meu medo vibra. Tua mão possui a minha no real da terra-a-terra Caminhamos para o começo. Hesito no vento. Teu calor movimenta meu ar, nossa tarde estremece Sob as bênçãos do teu passado. E a razão vacila. Se agarro teu chão, tropeço no meu enigma Aninhado na ilha arcaica, solo rústico dos meus xamãs. Meu culto é teu mito Esticado na linha da ancestral materna , Minha avó e sua filha, minha mãe, desatam o nó. Sou da terra que fizeste tua no vigor da juventude Nas ruas da tua Canaã, sou a estranha Destas roças onde laças nós dois que nos sabemos sós. Ele nos vela.

Ponto final

É muito interessante ser o décimo primeiro filho, mas também provoca sensações estranhas à maioria das pessoas. Quando nasci o mais velho já estava fora de casa. Estudava no Colégio Militar. Nós morávamos em Guajará-Mirim (cachoeirinha em português). A última fronteira da dimensão Klingon. E de lá saí antes de respirar direito o oxigênio da floresta. Dos quatro anos de Maceió, etapa seguinte da jornada, me lembro do Luís (hoje Pontes) tentando correr nas paredes de uma garagem. De um alpendre, que até hoje não sei como era, mas lembro de como as palavras eram bonitas nas vozes de meus irmãos. De um sapo cururu. E do dia da "pisa". O dia da pisa foi um momento bem engraçado. Eu estava no quarto brincando com o Normando (hoje Tom) e ouvi a voz grossa do papai chamando cada nome. Quando chegou no meu, alguém, não lembro se o Rui ou o Márcio (hoje Mau), disse que papai estava chamando para nós apanharmos. Fiquei numa fila sem saber o que significava "apanhar". Quando chegou na minha vez, nada aconteceu. Foi uma "pisa" muito frustrante. Não doeu, não chorei, não sei porque deveria ter medo. Mas voltamos para Rondônia. Agora eu já entendia um pouco mais as coisas, mas ainda não sabia muito bem como viver. Das lembranças desse período falo outro dia. Em 77 fomos para Belém. Lá nós moramos numa casinha muito ruim, antes de irmos para a vila militar. Lembro de como aprendia com os livros de meus irmãos e com as aprontações de cada um. Os pontos altos dessa época foram o nascimento da Lia, 78, e a copa de 82, quando a vila todinha, agitada pela turma do Rodolfo (hoje Marcos) pintou o asfalto das ruas com os motivos da grande seleção do Telê. O fato é que via a vida do mesmo jeito que assitia TV. Os erros e os acertos que podia imaginar já tinham sido cometidos pelos meus irmãos. As surras, as broncas, os namoros. Tudo o que pudesse fazer seria comparado ao que os dez primeiros fizeram. Passei muito tempo expectando a vida alheia e sentindo o "certo" e o "errado" pelos olhos de quem os criticava/elogiava. A última parte dessa história alheia na minha vida foi a vinda para Porto Velho, em 88, quando todos os sonhos se voltavam para uma construção nordestina de futuro. Demorei demais a me livrar da idéia que deveria permanecer onde me deixassem e fazer o que me mandassem, para não ficar "igual a...". Hoje tenho vida própria, ou quase. Limitada pelos compromissos familiares, acadêmicos e trabalhistas. Mas certamente passei a ter uma referência diferente de vida. Com certeza mais própria, mas ainda ligado à profecia de ser "o ponto final".

INES e fam

Eu e Meus Gatos... Eu também gosto de gatos, aí estão meus tres preferidos.
Olá gente, não que eu tenha muito o que dizer, mas é pra dar uma forcinha para ver se esse blog engrena.
Quando já não queria mais saber de ficar por lá, estava mesmo bolando um jeito de cair fora de Rondônia para qualquer lugar, foi aí que vi o Shel e tudo aconteceu. Viemos para Araçatuba, que é a terra dele. Já estamos aqui e casados há 20 anos.
Gosto de Araçatuba, porque não posso ir pra uma cidade nordestina e porque aqui aprendi a simplicidade. Mas da cidade falo outra hora.
Quero voltar aos gatos:
Esse é o Serginho. Toca violão como o Júnior, com leveza. Aliás, ele lembra o Júnior em muitas coisas, é uma mistura de Júnior e Shel; meu só herdou a ansiedade quando fala.
Decidiu que quer ser professor de literatura.
Assim é quando ele insiste em deixar o bigode, então o chamo de Paquito ou Sergito e o Shel protesta, dizendo que sou ligeira pra por apelido.
Meu outro gato é o Samuel.
Ele é vaidoso e também tem um vozerão, como seu Chico Moura. Seu prazer está na música. Toca guitarra, baixo, teclado e um pouco de bateria, mas gosta mesmo é da guitarra.
Quer ser profissional da música, provavelmente terá que ir pra Tatuí, onde estão as melhores referencias.
Essa é a Maria da Glória, a governanta.
E esse somos nozes.
Repare na bagunça da casa. É bagunçada de propósito, pra que os amigos fiquem à vontade, mas é limpinha, viu.
Bem, queridos, por enquanto é só, depois digo mais.
bjs

Mecozzi Moura

Dei de cara com a minha gata, Beatriz, quando todos já apostavam na solteirice eterna. Confessem! Bom, pelo menos eu apostava. Não bastasse tê-la encontrado, trouxe juntos dois guarda-costas.

duas gatas

Beatriz e Clarice. Ainda não sei qual é qual.

gatos

Clarice, de Clarice Lispector, e Bernardo, de Bernard Shaw

Não tivemos muito o que pensar. Já diz o ditado popular que quem pensa, não casa. Preferimos casar e deixar pra pensar depois.

Prescisávamos de uma gaiola pros quatro. O apartamentinho onde eu vivia era suficientemente grande pra mim, minhas manias, livros e ego. Alugamos e reformamos o apartamentinho em que estamos. Na idade em que estamos, imaginem, já era pra termos nossa própria casa e começamos a vida conjunta de aluguel. Tem nada, não. Chegaremos lá.

escritório

Temos um escritório que a fotógrafa só pegou um pedacinho, minha metade. Detalhe das fotos de Chico, Chico e Luci e Vicente, pai da Bia, lá no alto da estante.

sala

Uma sala que a foto faz de conta que é maior, mas que nos permite receber até dois casais por vez, embora a gata ocupe metade do espaço. O quadro é do Vicentão Mecozzi, pai da Bia, depois dele romper com o academicismo católico italiano. Um dia ela explica melhor essa história.

na cozinha

E uma cozinha de um piloto só. Se bem que a Beatriz faz um chá de saquinho inigualável.

macarrronada

E uma mesa suficientemente grande pra nós dois e mais alguéns.

Estamos bem à beça, cá pra nós.

O apartamento fica no coração do comércio da cidade. Se a mamãe lembrasse das ruas de Eunápolis, eu diria que fica vizinho à Praça do Jacaré. Próximo de supermercados, lojas, médicos, dentistas, meu trabalho… Uma belezura!

Lógico que temos nosso quarto, e só o nosso – sentimos muito, visitas, mas o seu ficará para a próxima casa, que esperamos seja definitiva depois que a Bia vender o apartamento de São Paulo. Mas esse quarto não interessa a ninguém mais. Combinado?

gato na janela

E assim vamos construindo nossa felicidade, uma pedrinha a cada dia, muitos escritos pelos dias e madrugadas, individuais ou em parceria, planos, projetos, dívidas, dúvidas e a certeza de definitude de nós dois, sob a vigilância dos gatos.

Esperamos as visitas.

O começo

A história dos dois é habitada por amor e aventura. Mais de 40 anos de casamento pleno. As fotos falam. Moraram em cidade tais como Fortaleza, Belém, Maceió, Porto Velho e Guajará-Mirim.
Em cada casa onde chegava, Chico fazia questão de fazer um alpendre com mesa grande para as refeições da família preparadas por D. Luci.
São muitos netos, noras, sobrinhos. Uma legião espalhada pelo Brasil. A casa é sua. Entre e participe.
Sei pouco dessa história que Rodolfo personificou no poema
Chico
Ainda sinto sua barba
Áspera por fazer
Roçar meu rosto
No beijo de boa noite.
Sinto o cheiro do seu cigarro
No seu hálito gostoso
Do até amanhã,
O cheiro da sua boca.
Lembro a infância distante
Quando lhe via chegar
Montado na bicicleta branca,
Cansado, todo de verde.
Lembro das mãos gordas
Fazendo afago grosseiro
Em harmonia com sua voz,
Ralhando num carinho grosso.
Saudade da casinha
Cheia de todos nós
Esperando a luz se apagar
E ele acendendo o lampião.
Lembro dos lençóis brancos
Que nos escondiam no sono
Enquanto ele, sozinho,
Caminhava pela casa.
Lembro da cadeira de balanço,
As outras de espaguete plástico
Onde se sentava à noite
Ouvindo rádio ou estrelas.
Lembro das noites sem luz
E sua voz em serenata
Animando a lua e meus sonhos.
Meu pai, amor eterno,
Que saudade das conversas
Nunca trocadas, plenas,
Lotadas de carinho.
Seus olhos de lágrimas
De tanto bem-querer que tem
No seu silêncio de carícia
Por mim e pelos nossos.
Uma familia assim grandiosa e espalhada pelo país tem história e casos para contar. Admirar é uma das minhas maiores alegrias. E eu já me alegro com o efeito que o nome Pontes Moura cria. Uma aura viva, verde da cor do mar do Ceará. Arejada por ventos e vozes de todos vocês. Contem-me!

Beatriz Mecozzi Moura

Oi, família Sou Beatriz Mecozzi Moura, esposa do Rodolfo (que eu chamo de Marcos). Vim para Eunápolis, depois de viver mais de 50 anos em Sampa. O que a gente não faz por amor? Estou muito feliz por fazer parte dessa família linda construída por Chico&Luci e mantida por todos vocês. Espero contribuir para que este blog seja nossa saliinha, nosso alpendre de reuniões e boas conversas. Sou do signo de escorpião, tenho dois filhos do primeiro casamento - Guilherme, 29, casado e corretor de imóveis, além de surfisa e bon vivant. Tem cara de mau mas é um amor de pessoa.

E Veridiana, 28 que mora na Holanda, na cidade de Enschede, onde faz mestrado em Performace e Artes do Corpo. 
Tenos um casal de gatos
Clarice 
E Bernardo que não pode ver a máquina . ele boceja fazendo pose. Dizem que é assim que os gatos sorriem.
Sou psicanalista e aprendiz de escritor. Gosto de ler, ouvir música. Não gosto de esportes. Sou preguiçosa. Detesto cozinhar mas adoro lavar louça. quando faço isso penso e é uma terapia. Gosto de conhecer as pessoas e escutar suas histórias. Sou apaixonada por gatos. Tenho um casal: Bernardo e Clarice. Meu pai Vicente nasceu em Roma e se naturalizou brasileiro por amor ao país que para ele era o melhor do mundo. Faleceu
 em 1964 quando eu era menina. Minha mãe Dagmar era baiana e, graças a Deus e a sua herança genética, viveu até 89 anos anos, falecendo em julho de 2007, em minha casa quando tomava um banho quentinho. 
Tenho uma irmã artista plástica - Silvia Mecozzi, duas sobrinhas Maya e Paloma e cunhado querido chamado Roberto. Todos morando em Sampa.
Detesto rotina, água fria, calor, areia - embora adore banho de mar-, muito sol. Também não gosto de quem não gosta de bicho. Gosto de crianças. elas me divertem. Meu sono é desordenado. Durmo quando quero e nem sempre no horário das pessoas. Sou feito meus gatos. Não vivo sem Marcos (o Rodolfo) que me alegra a vida. Ele é o homem que sempre busquei. Tive a sorte de ele me querer e estar dispnível quando nos encontramos. Casamos no dia 10 de março
 de 2009 aqui em Eunápolis. Passei a me chamar Beatriz Mecozzi Moura. Marcos não quis meu sobrenome e eu entendi. Não sou daquelas feministas xiitas mas defendo os direitos das mulheres desde jovem. Embora seja tarde para constituirmos uma família, nosso amor é grande e maduro o bastante para que nosso cotidano seja pleno de poesia, literatura, música, conversa e bons filmes. Às vezes adoramos assistir CSI e outras balidades. Gostamos de programas de culinária exótica, mochileiros e documentários . Sou noveleira confessa. Assim que acaba a novela precisamos dormir porque o Rodolfo acorda cedíssimo. Somos um casal lindo e fomos feitos um para o outro, não temos dúvidas quanto a isso.
Moramos nesse apartamento claro e confortável, aqui em Eunápolis,  enquanto não nos mudarmos para uma casa maior com um quarto de hóspedes para poder receber os entes mais queridos, os amigos. 
De todos vocês conheço fotos e vozes. Só conversei por telefone com D. Luci e Normando. Já gosto muito de todos. Não sou muito efusiva mas sou afetiva. Tenho alguns blogs de poesia e um livro de poemas em formato ebook que pode ser baixado grátis. Quem se interessar é só mandar um email pra mim bmgrupos@gmail.com e terei grande prazer em enviar. Desejo a todos uma grande noite e todo o descanso merecido. Abraços gerais Beatriz Salve Chico e Luci

Abertura

 

Família 022

Bem vinda, família.

Bem que tenho tentado armar algumas ferramentas pra gente estreitar os contatos, mas alguns de nós são meio avessos às novas tecnologias e a comunidade do Orkut, por exemplo, anda às moscas. Com o blog talvez nos vejamos mais.

De cara quero logo avisar que isso aqui não tem um dono, mas vários, todos e cada um.

Podem ficar à vontade para colocarem fotos, causos, memórias, convites, novidades, o que bem entenderem. Quem tiver dúvida sobre como proceder para postar, basta gritar que alguns de nós estão aptos a ajudar. Eu, Rui Normando, Ronaldo e Glenda somos blogueiros velhos, além de outros por aí que, com certeza, devem manjar bem do traçado.

A Beatriz escolheu o lay-out que, cá pra nós, é bonito pra burro, mas se alguém quiser propor outro ou mesmo aplicar, esteja à vontade.

O mesmo vale para os links. Quem tem blog ou algum site que gostaria de divulgar na família, é só colocar na listagem aí do lado. Se não souber como fazê-lo, me mande o link que eu adiciono na boa.

Como todos iremos postar com o mesmo login e senha, proponho que o autor da postagem coloque seu nome no campo “Marcadores para essa postagem”, que assim nós saberemos quem postou. Veja meu nome abaixo desse texto pra compreender o que estou falando.

As portas estão abertas, puxem as cadeiras, sirvam-se de um cafezinho, vinho ou cachaça e coloquem a prosa em dia. Luci, Chico, sua prole e agregados – que também são família – têm muita história pra contar, é só começar.